Ultimamente tenho lido
várias matérias sobre feminicídios, sobre mulheres que sofreram agressões de
seus parceiros ou foram estupradas. E o medo só aumenta. E junto com o medo o
sentimento de revolta também. Mas o sentimento de impotência é o que mais de
inquieta, me incomoda e me tira a paz.
A sensação de impotência
quando me deparo com notícias em que mulheres foram brutalmente agredidas,
violentadas ou mortas. Sinto-me impotente, pois eu sei que apesar de toda a
minha militância e vontade de mudar o mundo, eu não pude evitar que mais uma
mulher entrasse para a estatística. Números que só aumentam, porque todo dia
uma mulher morre por causa do machismo. Todo dia uma mulher é agredida,
violentada e estuprada por causa da misoginia. Todo dia eu tenho medo de ser
agredida, violentada ou estuprada. E sinto-me mais impotente a cada dia que
passa.
Ao ler matérias sobre
mulheres que tiveram mãos e pés decepados por seus companheiros, que foram
queimadas e mortas com requintes de crueldade, só consigo compreender o quanto
o feminismo se faz necessário no século 21, em pleno ano de 2015. Pois ainda
não alcançamos a tão sonhada equidade entre os gêneros. E, por isso, apesar de
todo o sentimento de impotência que eu sinto, não desisto do feminismo. Porque
ainda acredito que, através do movimento, conseguiremos as mudanças necessárias
para que, talvez, no futuro vivamos com respeito à igualdade de direitos.
Quando alcançarmos tal
igualdade, será possível não presenciarmos cenas de abuso, de machismo, de
misoginia. Não assistiremos à programas policiais que julgam a mulher estuprada
e relativiza o crime de estupro. Não leremos matérias que se preocupam mais em
saber se a vítima perdoou o criminoso que lhe arrancou as mãos e os pés com
golpes de facão. Talvez, um dia, tudo isso mude. E, caso não mude, ainda assim
continuarei lutando para que a mudança aconteça.
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