quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

Medo, impotência e feminismo


Na tarde do último domingo, dia 24, saí com minha irmã para fotografar. Ao entrar no ônibus, percebi um casal, em que apenas o homem estava conversando e a mulher parecia muito irritada, sem deixar de olhar pela janela do ônibus. Ele aparentava estar bêbado e achei que, talvez por isso, ela estivesse irritada com ele.

Sentei e passei a observar os dois. Ele assediava a garota de um jeito nojento e asqueroso. Querendo tocá-la, falando que ela parecia com as atrizes de certa novela e muitas outras coisas que não conseguia ouvir, mas entendia que a estava incomodando. Outros homens perceberam a situação, pois estavam próximos a eles dois. Era impossível não ouvirem e entenderem que a garota estava sendo assediada.

Mesmo com todos vendo a situação, ninguém fez nada. Eu não fiz nada. Minha irmã não fez nada. Mas não fizemos porque estávamos acomodadas com o fato de não ser com a gente, mas sim por medo. Se os homens e outras mulheres, que já estavam no ônibus antes de nós duas, nada fizeram para defender a moça que estava sendo assediada, com certeza não iriam fazer se o homem nojento nos agredisse se fôssemos lá defendê-la dos assédios, não é?

A sensação de impotência diante daquela situação me acompanhou durante todo o domingo e eu achei que iria sumir, mas não, ela continua aqui me lembrando de que sou mulher, a sociedade é machista e sentir medo de outros homens faz parte da minha realidade. Queria ter livrado aquela mulher dos assédios daquele homem, mas o medo de tornar a situação em algo pior me consumiu. O medo de ser agredida, de minha irmã ser agredida e do homem também agredir aquela moça acabou com todo o empoderamento que, enquanto mulher feminista, eu achei que tinha. 

Ele desceu do ônibus e ainda foi tentar tocá-la pela janela e a cobradora ainda riu da situação. Sim, ela achou engraçado. A famosa sororidade que me desculpe, mas só consegui sentir ódio daquela mulher. A situação nada tinha a ver com feminismo, era apenas sobre ter empatia. Não custava se colocar no lugar daquela moça e entender que aquela situação não foi engraçada, pois se ele pudesse com certeza teria feito coisas piores.

terça-feira, 19 de janeiro de 2016

Olá, ano novo

O ano de 2015 foi bom. Amadureci. Conheci novas pessoas. Fiz novas amizades. Dei início a novos projetos. Fui feliz. Sofri. Superei e terminei o ano com a vontade de fazer melhor ainda em 2016. Porém, nem tudo depende de mim e só irei precisar lembrar disso, caso algo não saia do jeito que planejei.

De início, este ano, pretendo viajar mais – sozinha ou acompanhada –, conhecer gente nova, tentar um mestrado (que ainda estou em dúvida sobre o tema, se tento ou não mesmo, entre outras coisas) e, por último, correr atrás de um emprego, caso não seja efetivada na secretaria em que trabalho atualmente. Mas o emprego está me deixando desesperada desde já, porque com o tanto de demissões de jornalistas em 2015, chega a bater um desespero terrível.

Ah, também quero ler e escrever mais. Publicar mais textos e que nem todos sejam sobre feminismo, que nem todos sejam problematizando. Uns textos leves. Fofos e livres de polêmicas. Apesar de achar um pouco complicado isso acontecer, já que satanáries (arianos) adoram uma treta.


Por fim, meu ano começou bem. Já conheci Porto Seguro, Trancoso e Arraial d’Ajuda, agora é organizar as moedas e partir para o Rio de Janeiro para conhecer os parentes e as amigas virtuais.